O avanço da agricultura em termos tecnológicos tem aumentado significativamente a produtividade e a rentabilidade das propriedades. Assim também acontece com a agricultura de precisão, cujo objetivo é melhorar a atividade de produção agrícola e por consequência a produtividade e sustentabilidade do negócio.

Quando falamos em agricultura de precisão e amostragem de solo, são assuntos que devem andar lado a lado. A amostragem de solo se faz necessária, pois é preciso ter conhecimento de onde e como será feita a realização da correção de solo e adubação.

A amostragem de solo além de necessária, também apresenta a necessidade de ser feita de forma representativa, ou seja, com um número maior de amostras por área. Segundo Thompson (2019), apenas 66% dos produtores realizam amostragem de solo em uma quantidade representativa em relação a área, para práticas de agricultura de precisão.

Amostragem de solo representativa

          Na amostragem de solo, a variabilidade tende a aumentar de acordo com o volume de solo coletado, ou seja, quanto maior o volume de amostras, mais representativo serão os resultados das análises. Sendo assim, podemos afirmar que a escolha inadequada de um sistema de amostragem de solo pode alterar os resultados da analise de solo, ou seja, comprometer as estratégias de manejo e consequentemente a produtividade e a rentabilidade.

A Ciência comprova a eficiência dos amostradores

Um estudo recente realizado pela Universidade de São Paulo (USP), analisou em termos de qualidade da amostra e eficiência operacional, de três diferentes tipos de amostradores de solo em diferentes sistemas de manejo, convencional e sistema de plantio direto. Os três amostradores utilizados no estudo apresentam características diferentes que podem afetar diretamente no resultado geral do trabalho. Os amostradores são caracterizados por: A) sonda acionada manualmente, com diâmetro de 20 mm. B) parafuso com diâmetro de 25,4 mm e passo de 3,4 mm, acionado por motor de combustão. C) amostrador do tipo sonda, 26 mm de diâmetro, com acionamento hidráulico auxiliado por um martelo hidráulico, montado em um veículo utilitário.

Como foi realizado o estudo

Em cada ponto de amostragem de solo, foram coletadas oito amostras individuais, que variaram de 0,0 – 0,2 m e 0,2 – 0,4 m. Para que a amostragem fosse padronizada entre os três instrumentos, círculos de aproximadamente 2,5 m foram definidos, para que as amostras fossem coletadas neste perímetro. As subamostras obtidas por cada equipamento foram tiradas com proximidade máxima de 10 centímetros, com o objetivo de alcançar a mínima variabilidade local entre as subamostras.

Para que o desempenho operacional fosse avaliado, o tempo total gasto durante a coleta foi registrado através de um cronômetro digital correspondente a cada dispositivo de amostragem em ambas as profundidades amostrais em três diferentes áreas avaliadas. As amostras foram coletadas durante a primeira quinzena de novembro, onde o acumulado de chuvas nos últimos 30 dias foi de 27,4 mm.

Os atributos químicos avaliados foram: pH, fósforo, potássio, cálcio, magnésio matéria orgânica, enxofre, capacidade de troca catiônica, saturação por bases. Entre os micronutrientes foram avaliados: boro, cobre, ferro, manganês e zinco. Além disso, o teor de argila foi determinado pelo método da pipeta.

O que podemos concluir do estudo realizado?

          Em relação a análise textural do solo, o trabalho realizado constatou que não houve diferença significativa entre os equipamentos, sendo assim, todos os equipamentos eram adequados para o trabalho. Quando falamos de atributos químicos, o estudo concluiu que as sondas A e C foram mais eficientes, em termos de qualidade de amostra, apresentando uma concentração estável de nutrientes em camadas profundas (20 – 40cm).

A eficiência da sonda C foi superior as demais, quando falamos de eficiência operacional. Em comparação ao parafuso B, o trabalho foi realizado com tempo duas vezes menor e em relação a sonda A, a eficiência de tempo foi seis vezes menor.  Com isso, podemos concluir a vantagem operacional que a sonda C é capaz de ter em relação a outros métodos.

Entrando no mérito levantando no inicio do texto, que pontua a necessidade de uma amostragem de solo mais volumosa, o amostrador de solo C (amostrador do tipo sonda, 26 mm de diâmetro, com acionamento hidráulico auxiliado por um martelo hidráulico, montado em um veículo utilitário) apontado na pesquisa, apresenta uma grande eficiência para esse tipo de trabalho e necessidade que a agricultura de precisão exige, pois ele teria a capacidade de cobrir a mesma área que os outros métodos em tempo duas ou até seis vezes menor, com a mesma eficiência na coleta dos dados.

 

Leia o estudo original na íntegra: Efficiency and quality of soil sampling according to a sampling tool

Amostragem de solo

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