Colheita da soja: manejo eficiente nos estádios finais da cultura

Conheça quais são os cuidados com a soja em seus estádios finais para uma colheita bem sucedida.

 

Quando pensamos em um manejo eficiente devemos ficar atentos as problemáticas ocorridas, olhando desde o histórico da área até as notícias regionais (previsão do tempo, incidência de pragas e doenças, entre outros). Os cuidados com a lavoura no final do ciclo são importantes para uma colheita da soja bem sucedida, pois tem o objetivo de manter o patamar de produtividade e diminuir descontos na venda.

Na produção temos quatro fatores cruciais que determinam a produtividade de uma lavoura: três são controláveis (insetos, doenças e plantas daninhas) e um não controlável que influencia nos outros três, o clima. Logo, agir de forma preventiva é a melhor solução.

 

MANEJO DE DOENÇAS DE FIM DE CICLO (DFC’s)

No estádio reprodutivo final está ocorrendo o enchimento e maturação dos grãos, por isso devemos nos atentar ao complexo de doenças foliares e antracnose, conhecidas como doenças de final de ciclo ou DFC’s  devido a época de maior pico de suas ocorrências que acarretam, de acordo com a severidade, uma perda significativa da produção.

O manejo dos fungicidas deve ser trabalhado buscando dar uma proteção completa à planta. Começamos a proteção do terço inferior do dorsel da planta antes do fechamento da entrelinha e vamos com aplicações intercaladas de acordo com o desenvolvimento da planta.

A aplicação de fungicidas curativos e sistêmicos com boa cobertura foliar tem o objetivo de manter maior tempo de proteção, mas é necessário ficarmos atentos ao intervalo de segurança que não deve ultrapassar a previsão de colheita da soja.

Este prazo é importante para garantir que os grãos não sejam colhidos com resíduos ou ultrapassem os limites máximos permitidos. As doenças podem ocasionar o aceleramento da decomposição dos grãos onde também são observados no recebimento da carga, pois grãos mofados e ardidos são descontados.

 

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP)

Para o cuidado com os insetos devemos ficar atentos ao histórico da área, de pragas e com a fase da cultura. As pragas podem ser mais atraídas devido aos hormônios exalados pela planta. De forma preventiva o ideal é, antes do plantio, avaliar se a cultivar escolhida é suscetível ou não às pragas comuns na área de plantio ao ponto de atingir o nível de dano econômico.

É importante ter o auxílio técnico nestes momentos para identificar a probabilidade de dano econômico, pois essa avaliação é crucial na toma de decisão.

 

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

O cuidado com plantas daninhas tem como objetivo diminuir a competição por “alimento” visto que ambas (cultura-planta daninha) estão buscando sobreviver no mesmo solo. Devido a resistência ocorrida frequentemente aos herbicidas, o controle deve ser feito com plantas daninhas nos primeiros estádios de desenvolvimento.

Hoje também contamos com uma gama de herbicidas pré emergentes que retardam e/ou inibem o crescimento das plantas daninhas. Lembrando que o manejo preventivo bem feito tem um grande resultado na redução de aplicações pós plantio.

Outro ponto importante é o cuidado com os descontos. Na venda esses descontos ocorrem desde o começo da produção quando pensamos em plantas daninhas. É de extrema importância fazer o controle de outras espécies que acarretam desconto ou descarte da carga devido as classificações vigentes em lei.

Essas classificações são:

– Espécies nocivas toleradas:  a presença junto aos grãos/sementes da amostra são permitidos dentro de limites máximos;
– Espécies nocivas proibidas: se presentes  causam descarte da carga independentemente da quantidade encontrada.

 

CUIDADOS COM A COLHEITA

Com relação aos cuidados com a colheita, eles devem ser feitos em dois momentos, antes de serem iniciadas a operacionalização e execução propriamente dita e durante a colheita da soja.

Antes da colheita devemos realizar a correta e detalhada higienização e manutenção das máquinas  – importante para evitar disseminação de doenças, plantas daninhas, evitar desgastes e problemas operacionais – e regulagem das colhedoras para diminuir ou extinguir perdas na colheita.

Durante a colheita, além de acompanhar o desenvolvimentos das máquinas e implementos, devemos nos atentar com as possíveis perdas. Elas podem ser ocasionadas por quebra e amassamento de grãos, e descarte excessivo de grãos pela saca palha e peneiras. Esses problemas são causados principalmente pela má regulagem somado a velocidade excessiva de colheita.

Para descobrir se há grandes perdas e as colhedoras precisam de novas regulagens, é necessário fazer o cálculo de perda de cada máquina. Outros descontos propiciados pelo operacional, é o desconto de impurezas (parte da planta e terra), e também o excesso de umidade causado pela colheita antecipada.

 

CONCLUSÃO

Para que haja sucesso na colheita o planejamento da safra deve ser feito com antecedência e acompanhado de profissionais experientes para que, juntos com o produtor, possam fazer todo o calendário e certificar que todas as operações (do plantio à colheita) sejam realizadas com o máximo de capricho e de forma correta.

Precisamos sempre nos atentar com o manejo durante todo o ciclo da cultura, quanto melhor for o controle das pragas, plantas daninhas e doenças, melhor será o controle no final do ciclo. Por isso recomendamos o acompanhamento de nossos consultores e assistentes técnicos em tempo integral  à nossos clientes, para que possamos ter altas produtividades ano a ano e construindo juntos um sistema mais sustentável e que gera rentabilidade ao produtor rural.

Boa colheita e até a próxima.

 

Artigo produzido pela Engenheira Agrônoma Jenifer Montiel.

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